quarta-feira, novembro 22, 2006


Depois da festividade de ontem, agora um momento de serenidade e de… saudade! A música só podia ser do filme da minha vida: Cinema Paraíso

Há 5 anos que sinto a tua falta, avô! Das tuas mãos, da tua voz, dos teus olhos, dos teus cabelos, das tuas histórias… Quando eu era pequeno sentava-me no teu colo, tu amparavas-me com as tuas mãos grandes e contavas-me histórias que eu ouvia embevecido… Lembras-te daquela do Custódio Bocas, o tal que roubava melancias à noite para distribuir pelos pobres, e daqueles malteses que tu enfrentaste só com uma vara? Como eras valente! Pequenino mas valente!

Há 5 anos que sinto a tua falta, avô! Gostava de correr contigo no meio da horta e do pomar… deixavas-me andar com os pés dentro de água quando regavas o feijão… e as couves? Parece que só pela tua presença elas ficavam mais viçosas… E as batatas que tu semeavas? A rama delas era mais alta que eu... mas adorava correr entre elas... é claro que estragava muitas mas tu não te importavas... E as laranjeiras carregadinhas, pegavas-me ao colo para que eu pudesse apanhar as laranjas mais altas… e eu comia-as mesmo ali, aliás, comíamos os dois… eu lambujava-me todo… e depois corria para te ver ordenhar as vacas! Naquele tempo o leite vinha com uma nata tão espessa que tu me davas uma colher para eu me deleitar…

Há 5 anos que sinto a tua falta, avô! Fiz as tuas últimas fotos sem saber que seriam as últimas! Guardo-as junto ao meu coração! E embora saiba que estás neste momento aqui comigo, hoje, 5 anos depois da tua inesperada partida, partilho uma foto tua com todos os que me têm acarinhado…

15 Comments:

At novembro 22, 2006 12:29 da tarde, Blogger Cristina said...

Sinto muito por já não teres o teu avô contigo, o ano passado perdi a minha última avó, e custou muito, mas coitados, eles chegam á idade da partida, a vida é mesmo assim.
Fica um beijinhu com muito carinho para ti
:)

 
At novembro 22, 2006 12:35 da tarde, Blogger Alexandre said...

Obrigado, Cristina!

Depois deste meu avô, seguiu-se a minha um ano e tal depois... agora já não tenho nenhum deles... mas tenho muitas, muitas recordações pois passava muito tempo com eles... os avós são insubstituíveis...

Beijokas. obrigado pelo teu carinho!!!

 
At novembro 22, 2006 12:49 da tarde, Blogger AnotaDora said...

Está muito lindo Alex, mesmo muito sentido. Olha, mais uma estrelinha que tens no céu a vigiar os teus passos e, com toda a certeza, que quer que continues a sentir que valeu a pena a vida dele para tu Existires assim para nós!!!
Beijinho

 
At novembro 22, 2006 3:12 da tarde, Blogger veritas said...

Olá!

Gostei muito que tivesses referenciado este filme. É um dos que consta do meu menu. Se tivesse que escolher filme da minha vida, seria, como já referenciei no meu blog, Feios Porcos e Maus, de Ettore Scola. Imperdível, já nem sei quantas vezes o vi, descubro sempre novos pormenores.

Bjs.

 
At novembro 22, 2006 3:17 da tarde, Blogger veritas said...

Só quero acrescentar que sei bem bem o que é essa saudade! Ainda hoje recordo fervorosamente os momentos em que andava a brincar às cavalitas do meu avô, e sabes que mais? Sinto um louco desejo que o tempo volte para trás, nem que seja por uns instantes...apenas para o abraçar...

Bjs.

 
At novembro 22, 2006 3:48 da tarde, Blogger Cristina said...

O meu avô também já me deixou... quase há 6 anos - coincidiu com o dia dos 13 anos do meu irmão. Todos os anos recordamos a pessoa que ele era: a minha mãe conta-me, frequentemente, histórias da minha relação com ele, de quando eu era pequenina.

Sei como te sentes, mas como disse a Nuvens e Algodão Doce - ele está lá em cima a olhar por ti!

Um grande beijo!

 
At novembro 22, 2006 4:09 da tarde, Blogger margusta said...

Olá Alexandre
Muito bonita e ternurenta a tua homenagem ao teu avô...
Eu só conheci e mal o meu avô materno e aminha avó materna...desconheço o amor dos avós :(

Beijinho grande.

 
At novembro 22, 2006 4:17 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Parabéns pela sensibilidade.

Sinto a tua perda, A.
E lembro-me dos miúdos que nem conheceram um avô ou crescem longe desse colo. Pelo menos nas férias, não se devia perder aquele gosto de ir à terra...

 
At novembro 22, 2006 7:04 da tarde, Blogger veritas said...

Olá Alexandre!

Podes crer que aceito a proposta, podes escolher tu o filme.

Bjs.

 
At novembro 22, 2006 9:06 da tarde, Blogger margusta said...

Alexandre já vi as fotos... Muito obrigada és um querido!

Jinhos

ah..correcção ao meu comentário acima..conheci o meu avô materno e a minha avó paterna.

 
At novembro 22, 2006 9:23 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Boa noite,Alex
Não cresci comos meus avós, pois acompanhei os meus por terras de África, por inerência do trabalho do meu pai, mas espero que um dia os meus netos possam sentir o carinho que tu mostraste neste belo texto. Mostra bem o bonito que é o teu íntimo. Ainda bem que há pessoas boas que nos passam essas experiências inesquecíveis.Beijinhos

 
At novembro 22, 2006 9:42 da tarde, Blogger Marta Vinhais said...

Olá, só conheci os meus avós paternos e não convivi mto com eles.
Ainda bem que te lembras dele com carinho - esteja onde estiver, ele sente-o.
Beijos e abraços
Marta

 
At novembro 23, 2006 9:55 da manhã, Blogger angel bar said...

Ai como eu vivi isto tudo. Lembra-me do feijão verde armado e de eu andar com o meu avô por aquelas "avenidas" da horta. Das laranjas, das vaquinhas, do poço, dos pardais, das galinhas, do leite... ainda dança tudo dentro de mim... que saudades. Um beijinho

 
At novembro 23, 2006 1:53 da tarde, Blogger Isabel Filipe said...

Uma linda homenagem.
Os meus há muito partiram ... um nem me lembro dele pois aconteceu tinha eu um ano...

o outro ... de quem tenho imensas saudades ... já se foi há mais de 30...

beijo

 
At novembro 23, 2006 11:57 da tarde, Blogger 13 said...

Lamento que o tenhas perdido! Mas a vida é mesmo assim...
Parabéns, por admitires isso perante todos! Porque és homem e o homem não chora, não sofre...

 

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