sexta-feira, setembro 29, 2006

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA EM SÃO PAULO ...

... O MUSEU MAIS VISITADO NO BRASIL
As filas de espera dão a volta ao quarteirão, as marcações com crianças e jovens estão cheias até finais de 2007, todos querem entrar, ver e participar!

Estou a falar adivinhem do quê? Não, não é nenhum casting para os Ídolos! Muito menos para os Morangos e nem sequer para a Floribella! Estou a falar do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, no Brasil.

É o Museu mais visitado naquele país com um número de visitas mensais a rondar as 60 mil pessoas. O Museu foi inaugurado há seis meses (como eu anunciei no meu antigo blogue, Abralas) e tem sido um êxito, muito acima das expectativas, segundo o presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, que esteve em Portugal para receber um prémio da Fundação Luso-Brasileira, precisamente pela criação do referido Museu.

Do outro lado do Atlântico há um interesse – e um respeito – muito maior pela língua portuguesa que em Portugal. As televisões – nomeadamente a TV Globo – muito contribuem para isso, também. O Museu é tudo menos uma biblioteca cheia de prateleiras e livros – como as pessoas pensam antes de entrar – é um espaço interactivo onde o vídeo e as novas tecnologias são as pedras de toque.

E pergunta-se: com este exemplo para quando um Museu semelhante em Portugal? Muita falta faz, pois os jovens cada vez lêem menos e maltratam amiúde a língua portuguesa. A culpa não é deles, mas antes de programas de ensino que nunca existiram com coerência. E, afinal, é tão fácil tratar bem a língua mátria!

DO LIXO NESTE PLANETA A ARDER ...

Portugal produz uma pequena gota do lixo a nível mundial: apenas 4 milhões de toneladas de lixos urbanos por ano, muito longe dos 400 mil milhões dos Estados Unidos e do conjunto da Europa. A China vem a seguir a estes verdadeiros produtores de lixo com 150 mil milhões de toneladas.

Em 2004 foram recolhidos entre 2,5 e 4 mil biliões de desperdícios no mundo, a maior parte de lixos industriais e depois os lixos municipais, ou urbanos. Como curiosidade, isto corresponde à produção de cereais e de aço juntas no mundo inteiro e anualmente.

Os considerados países mais ricos são de longe os que produzem mais lixo. Não se sabe por quanto tempo este planeta azul, verde e castanho vai aguentar este desperdício. Acho que alguns de nós ainda estaremos cá para ver … Infelizmente!

... À VITÓRIA DAS CIDADES SOBRE O CAMPO!

No dia 16 de Agosto de 2008 a população urbana na Terra ultrapassará a população rural. Isto foi anunciado por um senhor entendido nestas coisas, um tal de Thomas Buettner, do serviço de estimativas da Divisão de População das Nações Unidas, acrescentando que isto irá acontecer um ano mais tarde do previsto inicialmente.

Estaremos perante a insustentável leveza (ou dureza) das cidades, o local onde as pessoas perdem a identidade, onde contraem depressões e outras maleitas que tais, onde se cortam os cordões umbilicais das seguranças familiares, onde as pessoas – mesmo vivendo mais anos – agonizam lentamente e morrem um pouco todos os dias.

quinta-feira, setembro 28, 2006

SPORTING TEM ADEPTAS ATÉ NA SIBÉRIA!

Esta visita do Sporting a Moscovo (1 a 1 com o Spartak) para a Liga dos Campeões revelou que os «leões» de Lisboa até têm adeptos – neste caso adeptas – na Sibéria. Qual Arquipélago de Goulag, qual Miguel Strogoff, lá pelos confins da Rússia siberiana o que está a dar é o Sporting. Sim, até se vendem camisolas, emblemas e leões de peluche.
O Benfica pode ter 6 milhões de simpatizantes, o FC Porto pode ter o Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, como sócio, mas só o Sporting tem uma adepta na Sibéria – SIBÉRIA! Sabem onde é? É mesmo para lá do Sol posto! – a qual viajou 3 dias e 3 noites no transiberiano para ver o Sporting jogar, muito especialmente Miguel Garcia, o seu jogador preferido. É obra! O Sporting devia contratá-la para a claque! Mais a mais, já cá estão tantas russas, ucranianas, moldavas …

terça-feira, setembro 26, 2006

A REPÚBLICA MONÁRQUICA PORTUGUESA-ESPANHOLA

Os portugueses anseiam por uma Monarquia. E isto depois de quase 100 anos após o assassínio de D. Carlos I! Isso transpareceu da visita do Presidente da R-e-p-ú-b-l-i-c-a Portuguesa a Espanha quando Cavaco Silva rejubilou com o anúncio da 2.ª gravidez da princesa Letizia.
Remetidos a este rectângulo oeste-peninsular, os portugueses anónimos também rejubilaram – o que é provado pela venda das revistas de sociedade. Ainda por cima tudo aconteceu – o anúncio da gravidez, que não o próprio momento da dita em si – durante a visita do Presidente da R-e-p-ú-b-l-i-c-a portuguesa. Há coincidências na vida que não voltam a repetir-se.
Cavaco Silva – o equivalente ao Rei Juan Carlos (salvo seja!) – por momentos deve ter-se sentido um monarca, na acepção da palavra. De um país pequenino, é certo, mas ainda assim, Rei. E Maria Cavaco Silva a Rainha! D. Duarte de Bragança que se cuide!De qualquer maneira, um inglês meu amigo perguntava-me há dias se Portugal não era uma monarquia. Dizia ele que aqui tudo gira à volta de meia dúzia de nomes e de famílias… Eu respondi-lhe que sim! Porque não? E lá foi ele todo contente a passear-se pela República Monárquica Portuguesa!

A MINHA DÍVIDA PARA COM O ESTRANGEIRO

DEVO 10 000 EUROS AO ESTRANGEIRO ... E NÃO SABIA

A vida está difícil e, como se isso não bastasse, para agravar ainda mais as coisas soube ontem pelos jornais e pela televisão que tenho mais uma dívida da qual eu nem suspeitava: agora vieram dizer que eu devo 10 000 euros ao estrangeiro.

Mas o conhecimento desta dívida veio na pior altura: já não bastavam as dívidas da casa, da 2.ª habitação, do carro, da mota, da BTT, do barco – que já afundou -, da viagem que eu fiz há 3 anos – e que por acaso correu muito mal – do computador, do portátil, do IPOD, da fotográfica digital, da Câmara de vídeo, do gravador de DVD que nunca gravou nada, do relógio de ouro que afinal era imitação, do telemóvel topo de gama – na altura! – do LCD de 82 cm, das mobílias, dos móveis da cozinha, dos electrodomésticos, do empréstimo para as acções – que, entretanto, caíram 80% - do cachorro para os miúdos, do gato persa que virou fundamentalista, da enciclopédia que ainda está empacotada, do serviço de copos e pratos que já passaram de moda e nunca serviram para nada, dos cartões do Carrefour, do Jumbo, Continente, Máximo Dutti, Worten, Vobis, Lanidor, Cortefiel, El Corte Inglês, FNAC, etc, mais os pagamentos dos Visas do BCP, do Barclays, do Totta, do Citybank, do BPI, do BES, da Caixa, mais os empréstimos para estudar, as assinaturas de jornais e revistas que nunca leio, Selecções incluída, e até aqueles artigos X que também nunca foram usados… E ainda: os impostos pagos em 2 vezes, as taxas autárquicas pagas as prestações, os seguros distribuídos por vários meses e até os donativos (!) doados – passe o pleonasmo – aos soluços!

Pois é, depois de ter que suportar todas estas dívidas, com prestações pesadíssimas todos os meses, ainda me vêm dizer que devo 10 000 euros ao estrangeiro!? Mas quem é esse estrangeiro, afinal? Acho que vou ficar sem resposta e, entretanto, a minha dívida para com este indivíduo vai de certeza crescer! Pronto, o que me conforta, entre aspas, é que, como eu, mais 10 milhões de nado-lusos também têm a mesmíssima dívida! Coisa estranha!!!

segunda-feira, setembro 25, 2006

COISAS DO MUNDO DO FUTEBOL

ENTORNOU-SE O CALDO NO MUNDIAL DOS SEM-ABRIGO
O Homeless World Cup é assim uma espécie de campeonato do mundo de futebol para os sem-abrigo! Logo aqui começa a aberração! Este ano a competição – promovida pela Rede Internacional de Jornais de Rua (não sabia que havia!) – disputou-se na África do Sul e teve uma representação portuguesa, através de 8 jogadores, incluindo equipa técnica.
Mas o caldo entornou quando os portugueses – e outras delegações – foram instalados numa escola secundária em vez do Hotel Ritz, como lhes tinham prometido, o que motivou a delegação portuguesa a abandonar o local, instalando-se noutro local a expensas suas. Uma das razões invocadas foi a insuficiência de duches
Esperem aí, há aqui qualquer coisa que não bate certo: então, uma escola secundária não é melhor que a rua? E os duches? Duches? Mas quem precisa disso? Afinal, não é o Mundial dos Sem-Abrigo?
Entretanto, Portugal ganhou o primeiro jogo à Suécia por 10-1. Admirados? Claro que não! Então, a Suécia tem lá sem-abrigos, lá deviam ter desencantado alguém que passeava na rua tarde da noite! Vislumbrando não tem a certeza mas parece que Cavaco Silva também disse a estes jogadores – mas baixinho – «de vocês só esperamos que tragam a Taça».
O prémio final ainda está em segredo mas crê-se ser um conjunto de cobertores novinhos 90x180 cm 50% nylon 50% elastano.
GIL VICENTE PODE VIR A JOGAR EM ESPANHA
Segundo Fundamentalidades apurou junto de alguns sócios influentes do Gil Vicente, ganha contornos a possibilidade do clube de Barcelos – em resultado do conhecido «Caso Mateus» – poder vir a solicitar à Federação Espanhola de Futebol o ingresso na 3.ª Divisão de … Espanha!
A situação parece insólita mas aqueles sócios do Gil Vicente acreditam que Espanha até veria com bons olhos a participação de equipas portuguesas nos seus campeonatos – quem sabe não estaria aqui a génese de uma futura Liga de Futebol Ibérica, onde os clubes espanhóis teriam preponderância em relação aos portugueses* – e o Gil preferia jogar na 3.ª divisão em Espanha que na 2.ª em Portugal.
Não é, no entanto, exequível que isso aconteça porque a Federação de Espanha não quererá entrar nas polémicas do futebol português e beliscar a sua imagem perante a UEFA e a FIFA. Mas fica a curiosidade!

* Há muito que eu defendo uma Liga Ibérica com uma proporção de 14 para 6 (numa competição de 20 clubes) ou de 13 para 5 (com 18 equipas). Neste último caso teríamos como representantes de Portugal o FC Porto, o Sporting, o Benfica, o Braga (pelas boas performances das últimas épocas) e o Boavista (por ter sido campeão nacional em 2001). O futebol português só teria a ganhar e talvez as polémicas desaparecessem de uma vez por todas!

VÊM AÍ A REPETIÇÃO DE JOGOS COM ERROS TÉCNICOS

O Sporting exige que seja repetido o jogo que disputou a semana passada com o Paços de Ferreira – e que perdeu – invocando para essa pretensão um erro técnico por parte do árbitro – atenção, não foi o golo com a mão do jogador pacence, foi um lance em que o guarda-redes do Paços de Ferreira repôs mal a bola em jogo!
Deste modo há já muitos clubes que pedem também a repetição de jogos que disputaram e que não venceram: alguns invocam para isso os falhanços dos seus avançados que, com a baliza aberta à sua frente, atiram a bola para fora, o que é considerado um erro técnico do jogador pois não é isso que eles aprendem nos treinos; e outros clubes invocam os «frangos» dos seus guarda-redes pois também se trata de erros técnicos. Vamos ver que parecer darão as autoridades futebolísticas em relação a estes casos, sabendo-se que o caso poderá subir a plenário na AR numa das próximas sessões.

sexta-feira, setembro 22, 2006

DIA EUROPEU DA (I)MOBILIDADE

INVIÁVEL NO PAÍS QUE TEMOS
Em Lisboa e Porto é impossível falar em mobilidade. Por mais bitaites que os políticos e os pseudo-políticos debitem, a verdade é que todo o planeamento – ou antes, a falta de planeamento – destas cidades, dos seus acessos, dos terminais de transportes, da localização das empresas e dos serviços, obsta a que as pessoas cheguem onde pretendem com facilidade e comodidade.

Começando pelos transportes, até se pode dizer que no geral funcionam. Mas, os terminais e as paragens ficam longe dos locais onde as pessoas vivem, o que obriga a que estas se desloquem de automóvel para apanharem o transporte público: ora, quem faz uns quilómetros para apanhar o transporte já agora faz mais alguns e leva o carro para o emprego. As principais estações do comboio da ponte, por exemplo, ficam em locais de difícil acesso, os terminais fluviais idem, idem.

Outro fenómeno nos últimos anos – embora ninguém fale disso! – é a chamada deslocalização das empresas: as pessoas trabalham num local onde até ganharam a rotina dos transportes quando, de repente, a empresa decide mudar para outro local, geralmente para a periferia e em locais onde só é possível chegar – e mal – de automóvel. Quando se trata de empresas com uma certa dimensão, altera-se a vida de centenas de pessoas. Os gestores ou pseudo-gestores só vêem um tipo de símbolos à frente: cifrões! Este tem acontecido com muitas empresas de serviços, de novas tecnologias e até com universidades – o que é uma aberração pois as universidades deveriam estar obrigatoriamente nos centros das cidades.

Outra questão absurda tem a ver com a localização dos serviços públicos: concentram-se os serviços em locais que penalizam os funcionários e os utentes desses serviços em termos de distância. Estas repartições deveriam estar o mais próximo possível das pessoas.

Quanto ao Dia Europeu Sem Carros é muito bonito quando se trata de cidades pequenas e planas, onde as pessoas podem andar a pé sem correrias e sem stresse. Mas em Lisboa e no Porto é impraticável! O que adianta dificultarem a vida a quem trabalha por um dia, se isso não vai trazer quaisquer benefícios?

quinta-feira, setembro 21, 2006

DIA MUNDIAL DA PESSOA COM ALZHEIMER

quarta-feira, setembro 20, 2006

O ESTADO DA EDUCAÇÃO EM PORTUGAL

CONTINUA TUDO POR FAZER!!!
De nada servem os debates sobre o estado da Educação em Portugal. De nada adianta a guerra aberta que a ministra da Educação moveu e move aos professores. O problema da Educação é Portugal basicamente é só um: cerca de três décadas e meia depois de eu ter frequentado o então 1.º ano do ciclo preparatório, constato que nas disciplinas e nos programas do agora equivalente 5.º ano de escolaridade praticamente NADA MUDOU!

As disciplinas são as mesmas: português, matemática, história, ciências naturais, trabalhos manuais e educação musical. Só o francês foi substituído pelo inglês e foram introduzidas umas horitas de nomes pomposos como área de projecto e estudo acompanhado.

Como é, senhores iluminados da Educação (ou pseudo-educação)? Então, não aconteceu nada nestes últimos 35 anos? E o 25 de Abril? E os computadores? E a Internet? E a globalização? E a ditadura da Televisão? E a sociedade dos Automóveis? E a Sida? E a revolução nas telecomunicações? E a Europa? E os novos ventos soprando do Oriente? E a actualidade política, económica, social e cultural? NADA DISTO EXISTE? Para os senhores iluminadíssimos que programam há muitos anos a Educação em Portugal parece que não!

Não me admira o insucesso escolar e a completa desmotivação de alunos e professores! Aquelas disciplinas são fundamentais, claro, mas depois há … A VIDA REAL! E a vida real não está a ser ensinada nas escolas. As crianças e os jovens têm que ser motivados com aquilo que está a acontecer e que diz respeito ao dia-a-dia, sejam jogos de computador, sejam programas na TV, seja aprenderem a cozinhar, a atravessar uma rua, a tomar conta de si próprios, a serem menos egoístas, a terem respeito pelos pais, avós e professores, a saberem falar em público… Eu sei, cabe aos pais, mas também à escola, já que é aqui que eles passam a maior parte do tempo.

Meus senhores reluzentes de ideias sobre a Educação em Portugal: onde estão as disciplinas de teatro, de expressão dramática, de actualidade? Onde estão as disciplinas que ponham os alunos a falar sobre aquilo que pensam e que os preocupa. Sim, porque as crianças e os jovens mais do que nunca precisam de pensar e, especialmente, precisam que os motivem a PENSAR!

Utopia? Só é utópico para quem não tem filhos em idade escolar!!!

terça-feira, setembro 19, 2006

EXPRESSO e SOL: Confronto de Semanários

EXPRESSO E SOL : UM FENÓMENO
QUE NUNCA MAIS SE REPETIRÁ

Portugal assistiu nos dois últimos sábados a um fenómeno que de certeza não se voltará a repetir nunca mais! A corrida ao EXPRESSO – nos dias 9 e 16 – e ao novo SOL– no dia 16 – representa um acontecimento que nada tem a ver com um país que praticamente não lê jornais, e muito menos jornais com qualidade.

E o que espanta mais não é o facto de se terem esgotado num ápice as edições de grande tiragem destes dois jornais – o Expresso bateu o recorde de tiragem em 33 anos de existência no dia 16 – mas sim a maneira louca como as pessoas correram atrás dos semanários: pessoas que encomendaram vários exemplares de um e de outro, pessoas que às 6 horas da manhã já estavam à porta dos quiosques, pessoas que até viram os seus carros assaltados porque tiveram a insensatez de deixar um tesouro à vista de todos – aconteceu a um amigo meu, que viu voar-lhe do carro o Expresso do último sábado, sem que os amigos do alheio lhe tivessem levado mais nada!!!

Esta procura espantaria qualquer sociólogo social que resolvesse estudar o assunto. Do Expresso sabe-se que é o semanário português por excelência, um jornal que fez e faz parte da história recente de Portugal e que ele próprio fez parte dessa história. Mas nem os impérios mais poderosos sobrevivem sempre lá em cima, e há vários meses que o Expresso atravessava uma ligeira crise de vendas.

Quanto ao Sol, nasceu da dissidência do núcleo duro do Expresso. O Sol construiu-se com mais de 20 directores, editores, jornalistas, gráficos, designers, secretárias, informáticos e até estafetas oriundos do Expresso.

É claro que este índice de vendas não se vai manter mas não deixa de ficar para a história os dias loucos em que as pessoas correram às bancas à procura de um – ou dois – jornais. Nem aquando do Público sucedeu algo semelhante. E, ainda para mais, com o facto de ambas as editorias terem azar com as semanas: é que na verdade não houve nada de interessante para ser noticiado nestes dois sábados!!!

terça-feira, setembro 05, 2006

TELEVISÃO: A DITADURA DO SÉCULO VINTE E UM

50 ANOS DE FEROZ DITADURA DA TELEVISÃO
Quando no princípio de Setembro de 1956 começaram as emissões experimentais da televisão em Portugal de certeza que ninguém previa que passadas algumas décadas estaríamos sujeitos a uma acérrima ditadura: a ditadura de chegarmos a casa e ligarmos todas as televisões que lá existam – e há quem tenha uma TV em cada divisão – de fazermos as refeições em função dos telejornais, de combinarmos tomar café com os amigos consoante a hora de determinado programa, de cancelarmos uma reunião de condomínio porque nesse dia e a essa hora há um jogo de futebol, de ficarmos nas primeiras páginas de um livro porque o enredo da telenovela é mais fácil de digerir, de adormecermos obrigatoriamente à luz das radiações televisivas…

Há 30 anos atrás lembro-me de chegar a casa com os meus pais e um de nós corria a ligar o rádio. Bons tempos e bons hábitos porque ouvir rádio não é impeditivo de fazermos outras coisas. E nesse tempo a música portuguesa ainda era maioritária na rádio. E havia música francesa. E italiana.

A pouco e pouco a televisão foi ganhando terreno e há muita gente hoje que nem sequer tem rádio em casa. Quanto muito, têm um rádio despertador no quarto. Dantes estudava-se ao som do rádio – mas estudava-se mesmo! Agora, estudar e assistir aos Morangos ou à Floribella ao mesmo tempo é impossível. Dantes ouvia-se o tempo na rádio, agora ouve-se na televisão, dantes sabia-se do trânsito na rádio, agora não se sai de casa sem ver através das câmaras do Instituto de Estradas ou algo que o valha!

A ditadura da televisão tornou-se mais feroz nos últimos anos e somos todos prisioneiros dela. E não é preciso levarem-nos para nenhuma prisão com grades. Estamos presos na nossa própria casa!