terça-feira, outubro 31, 2006


QUEM TRAMOU
HERMAN JOSÉ - II



Sabem quem tramou o Herman? Ele mesmo! Com a sua presunção e água benta!


O comodismo da piada fácil, boçal e a roçar o ordinário arruinou por completo a capacidade de imaginar e recriar.


No fundo Herman vendeu a sua veia criativa por um iatezito que o leva no Verão até Palma de Maiorca, onde - diz ele! - pode estar à vontade a mostrar "as suas" misérias sem ser importunado pelo assédio (!) dos paparazos (Confesso que nem sabia que tinhamos cá disto, ó Evaristo!). Sim porque o nosso Algarvezito dos Michael Schumacher, Madonna, David Beckman, Mourinho, e outras estrelas do firmamento visíveis em todo o planeta, é demasiado pequeno para a barriga Hermanica que transborda da tanga brasileira mas com grife e para os seus Rolex de "Sinhôzinho Malta", acessório imprescindível e sempre fashion em época de estio...

Bem tentou impressionar com o seu loiro platinado, qual anúncio a mais uma coloração "L'Oréal" daquelas que não sai com 7 lavagens, mas não fez manchete nas primeiras, porque afinal vivemos num país latino, cheio de cabeças platinadas e raízes escuras todo o ano e a cara bezuntada de paprika Margão para termos aquele ar saudável (?) de capa de revista! (Já alguma vez viram uma prova de XAU ou Skip feita à bela da nódoa do betume bronzeador??? Ah pois é! Façam um referendo à malta que trabalha na Zara e apurem a quantidade de peças Ésses e Émes que vão para abate, depois de terem passado na cabeça Xis él e Xis xis él das nossas latinas num novo estilo nórdico/bronzeado!!!).

Sem mais delongas, quanto maior a subida maior o tombo..... e desta vez não haverá uma confortável plataforma de euros a amortecer a falta de criatividade. Se Herman quer continuar tem que se reinventar...

AOP

Como «resultado» da polémica despertada com este artigo sobre o Herman, a minha amiga AOP (sim, porque eu tenho uma amiga AOP!) enviou-me este comentário que eu acho deverá figurar no blogue como complemento ou contraposição àquilo que eu escrevi.


QUEM TRAMOU HERMAN JOSÉ?
- - - - - - - - - - - - - - - - - -
Nunca os programas de Herman José tiveram audiências tão baixas como agora! Pudera, com o Herman SIC a começar quase à meia-noite de Domingo é difícil – para não dizer impossível – agarrar muitos telespectadores!
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Tenho com o Herman uma relação (salvo seja, talvez uma atitude) de amor e ódio. O Herman fez parte do meu imaginário desde há uma vintena de anos, talvez mais, os seus programas eram uma dádiva por que eu esperava ansiosamente de semana para semana. Eu e outras pessoas. «O Tal Canal», «Humor de Perdição», «Casino Royal» eram uma pedrada no charco de uma televisão sem novidades, em que até o Telejornal era preparado no dia anterior…

Com o desfiar dos anos, passei a admirar Herman José mais pelo seu lado profissional do que humorístico, e isto apesar da nega que ele me deu quando lhe pedi uma colaboração para uma revista aqui há uns anos atrás.

Às vezes aborreço-me com os lobis do programa de agora – o Herman SIC – e fico umas semanas sem ver, é uma espécie de amuo! Mas depois acabo por voltar! Só tenho pena que o Herman leve ao programa quase sempre os mesmos – não dependerá só dele, eu sei! –, é uma espécie de ciclo em que as mesmas personalidades lá vão de três em três meses – alguns até poderiam ir a todas as emissões pois são pessoas fantásticas, casos de Carlos do Carmo e Rui Veloso, que estiveram no de Domingo passado – mas outros há que são dispensáveis!

De qualquer maneira acho que é uma injustiça e uma crueldade o que está a acontecer com Herman José e o seu Herman SIC! Não há audiências que resistam à uma e meia da madrugada de Domingo para Segunda! E isto apesar de os eminentes e sábios críticos de TV da nossa praça não conseguirem distinguir um programa que começa às 21 horas com outro que vai para o ar à meia-noite! A maior parte deles só sabe olhar para os números redondos das estatísticas…
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Carlos do Carmo e Rui Veloso são presenças habituais nos programas de Herman José. Mas no caso deles, ainda bem! O mesmo já não direi de alguns cromos que têm tempo de antena que penso não merecerem!

segunda-feira, outubro 30, 2006

AFINAL AINDA HÁ JOVENS INTELIGENTES ...


... Porque aprendizagem é saber adequar os conhecimentos às situações!

Professor: O que devo fazer para repartir 11 batatas por 7 pessoas?
Aluno: Puré de batata, senhor professor!

O professor ao ensinar os verbos:- Se és tu a cantar, dizes: "eu canto". Ora bem, se é o teu irmão que canta, como é que dizes?
Aluno: Cala a boca, Alberto.

Aluno: "Stora", alguém pode ser castigado por uma coisa que não fez?
Prof: Não.
Aluno: Fixe. É que eu não fiz os trabalhos de casa.

Prof: Joaquim, diga o presente do indicativo do verbo caminhar.
Aluno: Eu caminho... tu caminhas... ele caminha...
Prof: Mais depressa!
Aluno: Nós corremos, vós correis, eles correm!

Prof: Chovia que tempo é?
Aluno: É tempo muito mau, senhor professor.

Prof: De onde vem a electricidade?
Aluno: Do Jardim Zoológico!
Prof: Do Jardim Zoológico?
Aluno: Pois! O meu pai, quando falta a luz em casa, diz sempre: "Aqueles camelos...".

Prof: Quantos corações temos nós?
Aluno: Dois, senhor professor.
Prof: Dois!?
Aluno: Sim, o meu e o seu!

Dois alunos chegam tarde à escola e justificam-se:
1º Aluno: Acordei tarde, senhor professor! Sonhei que fui à Polinésia e demorou muito a viagem.
2º Aluno: E eu fui esperá-lo ao aeroporto!

Prof: Pode dizer-me o nome de cinco coisas que contenham leite?
Aluno: Sim, senhor professor: Um queijo e quatro vacas.

domingo, outubro 29, 2006

Tarik estava em campo quando o Porto arrecadou os 3 pontos, já em tempo de descontos


JOGADOR DO F.C.PORTO VAI PROCESSAR SPORTTV
O marroquino Tarik, jogador que substituiu Quaresma no clássico de ontem à noite entre o FCPorto e o Benfica, diz que vai processar os comentadores da SPORTTV. Porquê: porque quando aquele jogador árabe entrou em campo foi apelidado pelos comentadores daquela estação de televisão como «um jogador de explosão!». Como muçulmano, Tarik não gostou de ver a sua imagem colada a uma alusão a explosões, «não sou nenhum homem-bomba», terá dito. Os comentadores tentaram explicar que tudo foi dito em sentido figurativo, mas não se sabe se isso convenceu o jogador magrebino.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

DANÇA COMIGO DA RTP
DEVERIA TER 2 CONCURSOS PARALELOS

O Dança Comigo é uma maneira de pôr ilustres no papel de comuns mortais. O que acho que não é comparável, no entanto, são as exibições dos concorrentes masculinos com as concorrentes femininas: homens e mulheres têm papéis diferentes na dança, sabemos disso, por isso acho que deveriam haver dois concursos paralelos, um masculino e outro feminino. Senão vamos assistir, como na série anterior, a ter só finalistas mulheres.



TARRAFAL - 70 anos sobre a abertura do campo de concentração



Agora que tanto se fala da polémica passagem de aviões norte-americanos sobre o território português com prisioneiros para a prisão de Guantanamo, é uma boa ocasião para assinalar os 70 anos da chegada do primeiro grupo de prisioneiros políticos ao campo de concentração do Tarrafal. Esse grupo era constituido por 157 deportados - entre os quais um tio do meu avô paterno, aqui fica a homenagem - e formado por 29 dirigentes anarquistas, comunistas e sindicais.
O campo de concentração do Tarrafal era um rectângulo (cerca de 250 m por 180 m) situado num dos sítios masi insalubres do atquipélago de Cabo Verde. Como alojamento existiam umas barracas de lona e não haviam casas-de-banho.
O Tarrafal ficou também conhecido como «campo da morte lenta», pois muitos dos que para lá foram nunca mais voltaram. Outros passavam lá 16 anos, às vezes mais!
Depois de Lisboa, o Instituto de História Contemporânea da FLUP vai promover no Porto nos dias 3 e 4 de Novembro um colóquio internacional sobre o 70.º aniversário da abertura do campo de concentração do Tarrafal, com a coordenação de Fernando Rosas e Manuel Loff.

sexta-feira, outubro 27, 2006

A DÁLIA NEGRA - Um drama de Hollywood


Eis uma parceria de bom tom:
a Marta (ver A Minha Página) viu a Dália Negra, e eu ainda não. Como eu queria colocar um post sobre o filme, aqui fica a sua opinião/crítica:


“A Dália Negra” – porquê a comparação com o “L.A.Confidential”? Há pontos em comum e fica-se realmente com aquele sensação de “dèjá vu”. Porque os dois filmes passam-se no fim da 2ª Guerra Mundial, princípios dos anos 50 – e tudo, desde o estilo de penteado ao mobiliário está perfeito. Outro ponto em comum é o facto de serem os dois, filmes policiais.
Um crime de raiz política em L.A.Confidential e um crime violento no caso de “A Dália Negra”, que é baseado em factos verídicos, onde Elizabeth Short aparece morta, brutalmente mutilada.
E quem é Elizabeth Short? Quem a matou brutalmente, na cidade, feita de sonhos, que vende e vive de sonhos?
Mas esses sonhos, por vezes, são bem “podres”. E a pobre Elizabeth Short tem a infelicidade de ser bastante parecida com a filha de um homem rico, a personagem bem definida e bem defendida por Hilary Swank - Madeleine Linscott, que percorre os bares de lésbicas para procurar novas sensações e preencher tempo.

Qual a verdadeira ligação entre as duas?
Descobre-se à medida que os dois polícias - ex pugilistas conhecidos como Mr. Ice e Mr. Fire, Josh Hartnett e Aaron Eckhart - vão juntando as peças do puzzle e deixando que o crime se transforme numa obsessão.
Como sempre, há uma beldade neste filme a cargo de Scarlett Johansson, cuja ligação a um dos polícias (Aaron Eckhart) é um pouco dúbia. Como também não se explica muito bem a corrupção desse polícia.

O filme é bom, mas gostaria que tivessem desenvolvido um pouco mais:
- Os detalhes da história que envolve Kay Lake (Scarlett Johansson), que na minha opinião devia ser aprofundada e poderia explicar certos aspectos do comportamento do polícia.
- Como vão encobrir a morte de Hilary Swank - Madeleine Linscott num motel de má fama?
Isso fica em aberto e reforça a ideia de corrupção – de como é fácil pagar para se limpar pormenores incómodos?
E, onde fica a moralidade? Perguntas, cujas respostas eu já sei, mas que não me satisfazem. Fora isso, gostei do filme e aconselho a ver.


CONFUSÃO DE ... MONIZES ...


... NOS 57 ANOS
DO NOBEL
DE EGAS MONIZ


Nos tempos de escola sempre fiz confusão entre os nomes do Martim Moniz e do Egas Moniz. Sabia quem era um e quem era outro mas trocava-lhes o nome muitas vezes. Que não o apelido, esse era fácil: Moniz.
Sabia que um tinha morrido entalado numa portão e se tinha ido entregar a Castela com a família com uma corda ao pescoço - isso é que eram os tempos em que havia honra! E o Rei de Castela poupou-lhes a vida por esse acto de submissão!
E o outro foi o primeiro laureado português com o Prémio Nobel na área da Medicina pelas investigações na psicocirurgia, e que, aliás, recentemente tem sido muito contestado por familiares de pacientes submetidos a lobotomias, os quais pedem a revogação do Nobel a Moniz, o que a Academia sueca já disse ser impossível.
Passam hoje 57 anos sobre o primeiro Nobel para Portugal, e logo numa área sensível como a Medicina: Egas Moniz começou a praticar a leucotomia pré-frontal em 1936, 3m Lisboa, em problemas com problemas psiquiátricos graves. A operação consistia em realizar incisões em fibras nervosas que ligam o lobo frontal a outras regiões do cérecbro e era praticada através de orifícios feitos no crânio, algo digno das autópsias da série televisiva do CSI. Egas Moniz já tinha sido o pioneiro da angiografia cerebral.

quinta-feira, outubro 26, 2006

HOJE HÁ LIVROS ...

... e amanhã há outra sugestão/crítica de filme... Mas, hoje é dia de livros: António Lobo Antunes e Marta Crawford apresentam hoje as suas últimas obras, distintas uma da outra mas possivelmente com o mesmo futuro mediático garantido.
Depois de cus de judas, fados alexandrinos (para mim o melhor livro deste Lobo Antunes), auto dos danados, e do amor pelas pedras, entre muitos outros, o quase outro Nobel português diz agora que
«Ontem não te vi em Babilónia». A mim não viu de certeza porque fiquei a trabalhar até tarde ... E não, não é o Centro Comercial com este nome nem tão pouco o local onde começou a civilização, é apenas uma expressão que o autor ouviu depois de ter escrito o livro, e gostou - o título não se repete vez nenhuma no desfiar das palavras internas.
Personagens, não tem, como explica o próprio, tem vozes!
José Eduardo Agualusa e Ricardo Araújo Pereira apresentam o livro hoje no Teatro Maria Matos, e as fnacs e bertrands depois logo se encarregarão de o guindar aos tops.

Quanto ao «Sexo sem tabus» de
Marta Crawford - antiga actriz e agora psicóloga/sexóloga - deve estar a ser apresentado neste momento na FNAC do Chiado em Lisboa. O livro nasceu da experiência ganha pela autora no programa semanal que ela própria apresentou durante uns meses na TVI.
Desinibida mas discreta, Marta Crawford dirigiu um programa «difícil» de uma maneira agradável e esclarecedora. Porque em Portugal ainda é quase um tabu falar de sexo,
Marta Crawford tenta contribuir para desmistificar algumas coisas que deveriam ser simples e naturais e ainda dá conselhos sobre doenças sexualmente transmissíveis. Mais um candidato aos tops das nossas livrarias!

Que se consumam livros (estes ou outros) até à exaustão!!!

Ler livros não tem contra-indicações! Pode-se até devorá-los!



MARCELLO CAETANO

MORREU
HÁ 26 ANOS










O último Presidente do Conselho da Segunda República de Portugal – designada por Estado Novo – morreu há 26 anos no Rio de Janeiro, onde se encontrava exilado desde o golpe militar de 25 de Abril de 1974.

Marcello Caetano, nascido em 1906, historiador e professor de Direito, tinha sido escolhido pelo então Presidente da República, Almirante Américo Thomaz, para substituir Salazar à frente do Governo em 1968, na sequência do célebre episódio da queda da cadeira de que Salazar foi vítima.

Marcello Caetano introduziu algumas alterações a fim de efectuar uma "renovação na continuidade": extinguiu a
PIDE e criou a Direcção Geral de Segurança (DGS), apesar de as pessoas e dos métodos não terem mudado; alterou o nome da União Nacional para Acção Nacional Popular (ANP); "aligeirou" a acção da censura, permitindo também o regresso de alguns exilados políticos. Foi a chamada "Primavera Marcelista", onde Caetano tentou acalmar as diversas facções da sociedade portuguesa: aos mais conservadores prometeu continuidade e aos mais liberais deu esperança de renovação. A guerra do Ultramar foi, no entanto, o seu calcanhar de Aquiles e o principal factor que conduziu ao derrube do regime.


Deposto – em conjunto com o seu Governo – no golpe militar de 25 de Abril de 1974, Caetano seguiria primeiro para a Madeira e depois exilado para o Brasil, onde viria a leccionar em universidades daquele país, pois a Revolução de Abril retirou-lhe a totalidade da pensão de reforma.


Ver mais em Marcello Caetano


A Ala Liberal da Assembleia Nacional de 1969

Também se assinalam hoje os 37 anos das eleições legislativas de 1969 onde foram eleitos 30 jovens deputados liberais – mas dentro do único partido que elegeu todos os deputados, a União Nacional (então já com o nome alterado para Acção Nacional Popular), que se viriam a denominar Ala Liberal, e que vieram dar uma lufada de ar fresco à Assembleia da República do fim dos anos 60, princípio dos 70.

Dessa Ala Liberal faziam parte nomes que marcaram – e alguns ainda marcam – a política e a sociedade portuguesa depois do 25 de Abril, como Pinto Balsemão, Sá Carneiro, Mota Amaral, Magalhães Mota, Miller Guerra, entre outros.

Sá Carneiro era um dos membros mais activos e seria um dos responsáveis pela proposta de uma nova Lei de Imprensa que banisse a censura (mais branda no tempo de Marcello Caetano) imposta pelo Estado Novo, o que nunca veio a acontecer.

O objectivo principal da Ala Liberal tinha a ver com a «substituição do regime ditatorial e autoritário por uma democracia de modelo europeu ocidental».

Ver mais em Ala Liberal


quarta-feira, outubro 25, 2006

CLICK - UM FILME CANDIDATO ... A SER VISTO!












Vamos ao cinema para nos emocionarmos – aliás, provocar emoções é uma das funções do cinema! E as emoções podem ir da alegria ao medo, da gargalhada ao nó na garganta, das lágrimas de riso às lágrimas de choro, do suspirar ao gritar…
Click cumpre todas essas «funções». E mais uma: faz-nos pensar! Pensar no quê? Na vida que levamos, como o tempo passa depressa, como deixamos tanta coisa por fazer, pensar nas pessoas e nas coisas que nos rodeiam, no passado, no presente e… no caso do filme, no futuro!
De uma história simples – por que todos nós passamos, como seja desejarmos ter um único comando que sirva para todos os nossos aparelhos eléctricos – o realizador construiu um enredo ao redor da família, do emprego e das fantasias que ainda assim apimentam o dia a dia. Mas não o fez de modo enfadonho: misturou peripécias caseiras – de uma casa com pai, mãe, crianças, cães, avós e vizinhos – com vicissitudes dos empregos modernos (stresse, prazos, patrões, chefes, colegas, e outros males que tais) e uma pitada de mistério, ingredientes suficientes para fazer um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos… talvez candidato a entrar no rol dos filmes da minha vida… Quem sabe, o tempo o dirá, um filme só passa para o patamar mais alto das minhas preferências se o vir à 10.ª vez como se o visse pela primeira vez …




PICASSO FAZ HOJE 125 ANOS numa altura em que se descobre a sua (também) genial faceta literária.

Ele está vivo... porque um génio nunca morre!

Picasso aos 35 anos, em 1916, e a sua obra mais conhecida, Guernica

terça-feira, outubro 24, 2006


E agora um pouco
de Fernando
Pessoa...

... para desanuviar desta chuva, deste vento e destes artigos derrotistas sobre Portugal - ai, ai, por onde andará o V Império?


«Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um «não». É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo …»

Fernando Pessoa

segunda-feira, outubro 23, 2006

A OPINIÃO DOS NOSSOS VIZINHOS SOBRE NÓS!

A TVE exibiu uma reportagem dura sobre a crise em Portugal

A crise em Portugal foi tema de um documentário de 45 minutos exibido na passada 6.ª feira no programa «En Portada» da TVE. Portugal foi descrito como o país mais desigual da UE – onde 20% da população vive no limiar da pobreza – e onde as pessoas vivem num clima de «depressão e desânimo» com a mais baixa auto-estima dos 25.

O programa recolheu declarações de especialistas, académicos, membros do governo, autarcas e cidadãos anónimos de norte a sul de Portugal. Enumerados os problemas, os jornalistas espanhóis destacaram a desertificação, o isolamento do interior, o fecho de serviços de saúde e educativos, a burocracia, os atrasos nas obras, a perda de empregos na indústria, sobretudo no têxtil e na cortiça, as dificuldades da frota pesqueira e o desnorte quanto à imigração.

O documentário aludiu a uma «contradição evidente» na sociedade portuguesa, que se reflecte nos lucros extraordinários do sector bancário e num dos «maiores espaços comerciais da Europa». E o narrador termina referindo que «apesar de tudo, o consumo privado teima em não baixar, num país sereno e educado, por vezes lento, que luta à sua maneira para sair das várias crises em que se encontra mergulhado».

Em Portugal não estamos habituados a este tipo de reportagens, ao contrário do que se passa pela Europa fora em que as televisões debatem abertamente os grandes problemas internos e internacionais sem tabus e com especialistas a sério. A verdade é que podemos ser o parente pobre da Península Ibérica mas os nossos vizinhos continuam a ser os principais exportadores e investidores em Portugal. Será motivo para festejarmos ou não? Dadas as circunstâncias históricas, culturais e sócio-económicas eu penso que sim. Mas...

UM PAÍS ONDE NÃO ACONTECE NADA!
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
As principais rádios abriram os noticiários de hoje com … o futebol e os jogos de ontem. Dissecaram o tema, quase jogo a jogo, com declarações de alguns dos intervenientes e comentários dos seus mui ilustres comentadores.

Só depois vieram as outras notícias: o mau tempo, as quedas de árvores, umas declarações do Presidente da República acerca do diploma do aborto onde o «talvez» foi a palavra mais proferida …

Enfim … Este é um país onde não acontece nada! A essa hora estavam centenas de milhares de automobilistas retidos num trânsito caótico, tentando por todos os meios chegar aos locais de trabalho para produzirem impostos para o Estado, estavam milhares de utentes nos centros de saúde (de saúde só o nome mesmo!) há horas e horas à espera de uma consulta de … 3 minutos! Estavam milhares de crianças indo para a escola com o pequeno-almoço adiado …

Enfim … Este é um país onde não acontece nada! Que me desculpem os senhores entendidos, se o futebol é a notícia mais importante do dia muito mal vai este país … E vai mesmo mal … Para alguns, direi eu!

domingo, outubro 22, 2006

Correndo o risco de desaparecer do Mar do Norte...


O QUE SERÁ DOS PORTUGUESES SEM O BACALHAU?



Se antes o bacalhau queria alho... agora quer sobretudo descanso: cientistas noruegueses alertaram para o perigo da pesca em demasia do bacalhau no Mar do Norte. Se essa pesca não for já suspensa o bacalhau vai mesmo desaparecer destas águas dentro de pouco tempo. É que a pesca intensiva deste peixe e o facto de o bacalhau ficar preso nas redes de pescas a outros peixes está a acabar com a espécie. A única medida para o preservar é suspender a sua apanha durante o tempo necessário a que a sua reprodução atinja níveis aceitáveis.

Restará o bacalhau do Pacífico mas os preços ao consumidor subirão muito mais: ainda esta semana vi bacalhau a 12 e a 15 Euros na venda ao público! Sabendo, como sabemos, que os portugueses são grandes apreciadores desta espécie dos mares a notícia só pode deixar constrangidos e preocupados aqueles que gostam dele... assado, à Gomes de Sá, à Braz, com natas, com todos, etc, etc!

É questão para perguntar:
que será dos portugueses sem o bacalhau?

sexta-feira, outubro 20, 2006

RECEITA PARA UM DIA DE TEMPESTADE


A noite passada o temporal tomou conta de Portugal com muita chuva, muito vento e muita trovoada! Aqui vai uma receita para uma noite assim:


- Não sair de casa
- Espreitar à janela q.b.
- 1 sofá de 2 lugares
- 1 cobertor com 1,80x2,20 m
- almofadas macias - várias
- 2 pares de chinelos felpudos
- chá quente
- scones e torradas
- média luz
- música ambiente
- televisão q.b.
- beijinhos, carícias e aconchego a gosto


Pode-se usar e abusar. Sem contra-indicações

REPORTAGEM DA CNN MOSTRA UM PORTUGAL RETRÓGRADO


A CNN exibiu uma reportagem sobre a questão do aborto em Portugal. Para cenário escolheu a baixa de Setúbal, focando – sabe-se lá porquê – os edifícios mais degradados. Entrevistou transeuntes, nomeadamente a senhora das castanhas que estava grávida de 8 meses e que disse – entre outras coisas – que os ricos podiam ir abortar a Espanha.

Embora não fizesse parte da reportagem, Espanha foi mencionada várias vezes e enaltecida a maneira como as suas clínicas lidam com o aborto, onde recorrem as portuguesas com «mais posses» e «sem condições de o fazer em Portugal».

O correspondente da CNN falou ainda da «subjugação» que a Igreja Católica «exerce sobre os cidadãos», acrescentando que Portugal é o país da Europa mais retrógrado em relação à legislação sobre o aborto. Só faltou as câmaras mostrarem uma estrada com carroças puxadas por burros para o quadro perfeito do Portugal … do séc. XIX!!!

quinta-feira, outubro 19, 2006

HOMENS DECIDEM HOJE SE AS MULHERES PODEM ABORTAR

Os homens que compõem o Parlamento português – sim, porque mulheres na AR há muito poucas – vão pronunciar-se hoje no plenário se vai haver um segundo referendo sobre a chamada IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez), mais comummente designado por aborto.

Já se sabe que o referendo vai ser aprovado, mas o que é incompreensível neste assunto é o facto de os homens – os menos ou nada prejudicados com a «necessidade» da mulher ter que recorrer a uma prática que de certeza não é nada agradável – virem meter o nariz em corpo alheio.

Neste aspecto – e noutros – o homem é geralmente injusto, pois intui que o IVG (aborto) é algo que não lhe diz respeito, é problema das mulheres, só vem à praça quando é para embandeirar argumentos religiosos, pseudo-éticos ou políticos. Mesmo como homem, gostava de ver alguns homens com a «criança» nos braços …

PEDRO TAMEN - 50 anos de vida literária


Pedro Tamen comemora hoje 50 anos de vida literária. Alem desta pequena referência no meu blogue podem também visitar a exposição bio-bibliográfica sobre o autor ( com livros, fotos, críticas literárias e duas esculturas) que está patente até 3 de Novembro no espaço da recepção da Casa Fernando Pessoa.
Também foi lançado agora o livro Analogia e Dedos (Editora Oceanos), a mais recente recolha de poemas de Pedro Tamen. Aqui fica um poema do poeta para abrir o apetite literário:
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

A morte, não ta dou.
De resto, tiveste tudo
- a flor, a sesta, o lusco-fusco,
a inquietação do dia 8,
as órbitas das mães, das mãos,
das curiosas palavras de não dizer nadinha,
Tudo tiveste: estás contente?

Feliz assim por teres tudo o que sou?
Feliz por perderes tudo o que sei?

Só não te dou o que não serei.
Não, a minha morte, não ta dou.

OS "CRIMINOSOS" DA CULTURA


Acabou o auto-sequestro de artistas e público de teatro no Rivoli no Porto. Mas este episódio que se arrastou por vários dias veio mostrar mais uma vez como a cultura em Portugal está afecta a lobbies.

Cinema, teatro, música, exposições, livros, secções de cultura de jornais e revistas, e outras áreas, estão completamente tomadas de assalto pelos senhores iluminados da cultura. O espaço que sobra para os outros – que também gostam e sabem produzir coisas da cultura – é cada vez mais restrito.

Os críticos de cultura em Portugal são muito criteriosos: só abordam e comentam os temas que fazem parte de um leque limitado de pessoas, instituições e assuntos. Tudo o que fuja daí não interessa. Falo com conhecimento de causa pois há muitos anos que estou ligado à comunicação social e sei como as coisas funcionam na área da cultura – e não só!

De nada adianta sugerir este ou aquele nome, um ou outro autor, se essas referências não fizerem parte do mundo pequenininho e muito estreitinho dos críticos (críticos?) de cultura.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Eu não sou Professor, não sou Professor ...

... nunca fui um grande sofredor!
Parafraseando Carlos Paião - que não era poeta -, eu não sou Professor (a letra grande não é por acaso!) mas podia muito bem tê-lo sido! Sempre gostei da escola e de tudo o que rodeia o ensino. Um dia na faculdade o Professor de Sociologia mandou-me mudar de estilo de roupa e falar com ele ao fim de dois anos – nunca o fiz, nem uma coisa nem outra, e não sei se fiz bem ou mal. A verdade é que acabei por seguir também um caminho ligado à comunicação mas não aquela comunicação que se faz nas escolas!

Mas tenho muitos amigos, vizinhos e antigos colegas que são Professores, principalmente do ensino secundário. Por isso, e por outros motivos, estou solidário com os actuais problemas dos Professores e a incerteza do futuro de muitos deles.

Compreendo que é difícil ser Professor num país onde a reforma do ensino tem sido sempre uma promessa adiada, onde muitas escolas funcionam em pré-fabricados, onde o espaço nas salas de Professores não chega para todos terem uma cadeira quanto mais o seu espaço para trabalharem, onde os alunos sabem tudo sobre os Morangos e não sabem – nem querem saber – nada sobre a história do seu próprio país …

No ensino em Portugal está quase tudo por fazer – apesar de Portugal ser um país com quase 9 séculos de existência – mas nada de bom poderá ser feito sem os Professores. Com estes Professores que estão nas nossas escolas. Precisamente aqueles que o Ministério está a hostilizar e a conseguir desmotivar. Estou com eles! Estou convosco!

Eles não sabem nem sonham ...

... que António Gedeão está na Biblioteca Nacional!

Rómulo e Gedeão é o título da exposição sobre a vida e obra do autor de Pedra Filosofal, poema musicado e cantado por Manuel Freire, e que faz parte da história de Portugal. Mas Rómulo de Carvalho (ou António Gedeão) foi muito mais que um poeta, foi também um homem da matemática e das ciências exactas. Até 6 de janeiro de 2007 na Biblioteca Nacional uma exposição para ver ... mais do que uma vez!
Ver mais no site do Expresso

Aumentos da Energia ...

... MÁ SORTE TER NASCIDO CONSUMIDOR!

O Secretário de Estado da Indústria acusou os consumidores domésticos de energia de serem os responsáveis pelo aumento de quase 16% nos preços da energia a partir de Janeiro de 2007. Estive a pensar e, como consumidor, sinto-me realmente culpado. nem tenho sequer dormido a pensar nisso! A minha auto-estima foi por... energia abaixo!
Sinto-me desligado, apagado, desconectado, tal a minha dose de culpa: quem sou eu para utilizar os interruptores das lâmpadas, para dispôr de televisão, máquina de lavar roupa e torradeira, para ligar o aquecimento nos dias frios, por tomar banho de água morna? Sim, quem sou eu para ter direito a esses luxos?
A partir de agora, e para castigo dos meus pecados, vou voltar às lamparinas de azeite - bolas, mas o azeite também está pela hora da morte! - não, aos candeeiros de petróleo - pior a emenda, com o petróleo tão caro - já sei, vou utilizar archotes como faziam os nossos antepassados, vou aquecer a água para banhos ao Sol - quando houver Sol, senão não tomo banho! - e utilizar a lareira para me aquecer e cozinhar. Jantares? Só à luz da vela! Como vêem (mal porque a lâmpada é de 15 watts) até é bom regressar aos velhos tempos!!!

terça-feira, outubro 17, 2006

Dia Internacional para a (Continuação) Erradicação da Pobreza

Sentido único e sem retorno para a pobreza
1 em cada 5 portugueses vive abaixo do chamado limiar da pobreza. Nada de novo, já se sabia que muita coisa melhorou nos últimos 30-35 anos mas não o suficiente para dar um resto de vida digna aos nossos idosos, às crianças e aos (sempre os mesmos!) desprotegidos.
Um país - como Portugal - onde o principal NEGÓCIO é a HABITAÇÃO (um bem de primeiríssima necessidade!) não pode ser um país sério. Que me desculpem os senhores políticos, os prezados autarcas e os empresários do imobiliário!
É claro que os automóveis nas nossas estradas, os hipermercados e os centros comerciais hiperlotados, o Algarve e as viagens para o Brasil esgotadas não mostram a outra face do país. Ainda há por aí crianças que podiam ser personagens dos Esteiros de Soeiro Pereira Gomes. Noutro contexto mas no fundo não muito diferente!


segunda-feira, outubro 16, 2006

ADOLESCENTES LIGHTS E ESTUDANTES SNACKS ...

... NO DIA INTERNACIONAL DA ALIMENTAÇÃO
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Cocas-colas, barras de chocolate, adolescentes lights , snacks de queijo, estudantes snacks, batatas fritas, iogurtes magros e outras coisas que tais … Eis a alimentação que os jovens portugueses, estudantes a maior parte deles, fazem! Impunemente!
Os bares das escolas ...
(continua em Comportamentalidades)
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Saudades do cozido à portuguesa do Avelino
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -


Almocei durante muitos anos num restaurante na Rua de S. Marta em Lisboa que primava pelos pratos fixos por dia, de base portuguesa. Assim, à 5.ª feira era o grande dia do cozido à portuguesa, à 2.ª feijoada à transmontana, à 4.ª caldeirada à setubalense, à 6.ª bacalhau de várias maneiras e feitios, à 3.ª os rojões à minhota … (continua em Comportamentalidades)

domingo, outubro 15, 2006

... RELAMPEJA, TROVEJA ... VAI CHOVER ...

Relampeja! Uns segundos depois troveja!
O espaço de tempo entre o relampejar e o trovejar é cada vez mais curto.
Pelo que aprendi há uns (bastantes!) anos na escola, a trovoada vai-se aproximando.
E traz o vento. E o vento puxa a chuva.
É Domingo à noite e o horizonte acinzentou-se até roçar o negro.
Um morcego rodopia à volta da luz de um candeeiro perto da varanda.
A temperatura ainda aguenta a manga curta, mas se isto continuar assim as camisolas e os casacos amanhã terão que saltar dos cabides.
Já tinha saudades deste tempo.
Mas é bom estar em casa quando relampeja, quando troveja, quando ventaneia, quando chovisca...
Que faça tudo isto durante a noite,
que eu cole o nariz na janela,
que eu desenhe segredos nas vidraças embaciadas
e que amanhã de manhã a tempestade tenha passado...

sexta-feira, outubro 13, 2006

Estreia no Domingo na RTP


GRANDES, MÉDIOS E PEQUENOS
PORTUGUESES
«Os Grandes Portugueses» arranca no Domingo numa RTP que está em ascensão nas audiências a olhos… vistos! E ouvidos! O programa pretende eleger o maior português de sempre. A RTP pôs à disposição dos telespectadores um site para ajudar na escolha da maior figura com chancela portuguesa. A lista disponibilizada pela RTP começou por ser polémica pois ignorava no princípio António de Oliveira Salazar. Depois de várias chamadas de atenção, o nome do antigo governante foi adicionado assim como o de Marcelo Caetano (afinal, existiram, não existiram?).

Passei os olhos pela lista e fiquei pasmado com algumas lacunas. Da lista da RTP faltam grandes nomes de portugueses vivos, como Pinto Balsemão, Herman José, Miguel Sousa Tavares, Carlos do Carmo,… E ainda: Catarina Furtado, Vitor Baía, Vicente Jorge Silva, Manuel Alegre, Alberto João Jardim, Paulo Portas, Santana Lopes e, porque não, José Sócrates? Só então me apercebi que a lista é apenas de sugestão, os votantes, afinal, podem escolher quem quiserem.

Grandes portugueses não faltam por aí, alguns estão vivos e bem vivos, outros já cá não estão mas deixaram obra, desde a cultura, o desporto, a política, as ciências, … O meu prognóstico vai com certeza para uma vitória da Amália, não do Eusébio, porque a clubite dos portugueses não vai funcionar nesse sentido, do Fernando Pessoa, Eça de Queiroz, Camões, Afonso Henriques, e quem sabe se Figo, Rosa Mota, Obikwelu (será que se pode votar num português naturalizado?), Scolari (será que para estas coisas pode ser considerado português? Afinal, ele fez mais pela bandeira que qualquer nado-luso).

No entanto, também pode acontecer que sejam os mais novos a votar em massa e então tudo se altera: muitas hipóteses de vitória para Mariza Cruz, Manuela Moura Guedes, Manuel Luís Goucha, Merche Romero, Cristiano Ronaldo, Fátima Lopes, João Baião, José Rodrigues dos Santos, José Castelo Branco, algum concorrente do Big Brother cujos nomes não me ocorrem … Mas, a minha percepção diz-me que o português melhor colocado para ser mais votado pelas faixas etárias mais novas é … Luciana Abreu (Floribella!)

Quanto às minhas opções, estou pensando votar no Padre Himalaia (1868-1933). Não sabia exactamente quem era, mas gostei da verticalidade (viram a analogia com a montanha?) do nome. Fiquei a saber que foi um inventor extraordinário, tendo criado em 1904 uma máquina solar destinada a substituir o uso do petróleo – também era visionário, mas de nada lhe valeu! Era vegetariano, viajou por todo o mundo e foi sempre professor e aluno durante toda a sua vida! Tem o meu voto! Eu que até estava para votar na Ana Malhoa

SEGUNDO O MINISTRO DA ECONOMIA ...

... ACABOU A CRISE EM PORTUGAL!!!

PRONTO! Festejemos! A crise em Portugal acabou! E isto nas palavras do próprio ministro da Economia, Manuel Pinho, proferidas hoje de manhã em Aveiro. Já podemos ir a correr para os centros comerciais e para os hipermercados e começar a consumir. Mas, e ainda segundo o ministro, só há uma questão (bolas, tinha que haver qualquer coisa!): «falta saber quando é que a economia começará a crescer!»
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
PRÉMIO NOBEL DA PAZ VAI PARA O BANGLADESH
arrecadou este ano o Prémio Nobel da Paz.

VICISSITUDES DA SEXTA-FEIRA 13

É um azar quando se sentam 13 pessoas à mesa e a cozinheira só estava a contar com 12.

E que dizer do gato preto que se atravessa à nossa frente? Em princípio é porque vai a algum lado…

E passar por baixo de umas escadas? É porque alguém colocou as ditas naquele local.

Abrir um guarda-chuva dentro de casa é mau sinal: o tecto deve estar com goteiras ou então você quer ser actor do «Singing in the rain».

Entrar e sair de algum lado sempre com o pé direito é porque a pessoa está sempre indo de um lado para outro.

Calçar as meias do avesso é porque você se vestiu à pressa e com a luz apagada… se calhar para fugir de alguma coisa!
Assobiar para o ar é bom! É porque você sabe assobiar e ainda há ar para respirar...
Varrer a casa à noite é sinal de que o aspirador está avariado.

Bater na madeira é porque você não tem mais nada para fazer…

Mas nestas coisas das superstições nada melhor que ir ao fundo da questão(veja os sites seguintes):

Sexta-feira 13

Mais Sexta-feira 13

Superstições

quinta-feira, outubro 12, 2006

NOVA IORQUE, 11. COINCIDÊNCIA OU ...?
Ora digam lá se não há coincidências? Um antigo basebolista andava a tirar as cartas de avioneta bem no centro de Nova Iorque, o dia era 11 (lembram-se do 11 de Setembro e do 11 de Março?), a avioneta chocou contra um edifico de 50 andares mais ou menos a meio, … Nem a Margarida Rebelo Pinto conseguiria dizer que «não há coincidências»!
CAVACO SILVA APROVEITOU ...
… as presidências abertas sobre a exclusão social para estrear uma carrinha Mercedes de 7 lugares topo de gama e com os vidros escuros. Assim, os excluídos da sociedade sentir-se-ão mais confortáveis ao verem que o seu (deles) Presidente está bem integrado na alta sociedade. Até a Maria se passeou pelos terrenos lamacentos da inclusa exclusão com sapatos de (alta) marca!
IRAQUE SOBRE 655 MIL CADÁVERES
Eu andava à procura do número e finalmente foi revelado, superior até as minhas suspeições: 655 mil civis iraquianos já morreram desde o princípio da intervenção dos EUA no Iraque, a uma média de 500 pessoas por dia (parece um número frio mas imagine-se crianças, idosos, mulheres, … , cujo único «crime» foi terem nascido na terra onde a história começou … Pergunto: ao lado de Saddam Hussein não deveriam estar também outros líderes, designados mundiais?
TOURADAS NO PARLAMENTO EUROPEU
Não me refiro às touradas que alguns eurodeputados fazem, mas sim às touradas com touros e toureiros onde se praticam as maiores atrocidades e barbaridades (aos touros!). Em debate uma proposta de proibição deste tipo de espectáculo, aliás, de massacre! Que infelizmente não terá força de lei, mas já é alguma coisa! Entretanto, em discussão estará outra proposta para a legalização das Humanadas, espectáculo onde os alvos serão os humanos … As audiências estão garantidas!
KASPAROV E O XADREZ DA MEMÓRIA
O antigo campeão mundial de xadrez tem estado em Portugal mas trocou a estratégia do branco e preto aos quadradinhos pela estratégia lucrativa das conferências. E tem-se revelado um conhecedor de futebol (sabe de cor os resultados todos dos Mundiais desde 1966) e um fã do futebol português (Eusébio e Selecção incluídos). Será a estratégia da memória?
POLÓNIA FOI (É) SUPERIOR ...
… mas, não, não falo de futebol, embora até pareça que ganharam bem a Portugal no jogo de ontem. Falo no desportivismo dos polacos: todo o estádio levantado batendo palmas do princípio ao fim do hino português. E que dizer de Eusebiusz Smolarek (por acaso o autor dos golos da Polónia!), fã indefectível de Eusébio, ao ponto de adoptar o seu nome? Os polacos são mesmo superiores!

20 anos sobre a morte de Ruy Cinatti ...

Poeta ímpar na literatura portuguesa do séc. XX, com um compromisso assumido com ele próprio, enleado no génio aventureiro do português andarilho, foi homem de acção e místico, e inventor de uma toada nova e de um ritmo aparentemente simples, características geradoras de uma obra admirável.

Quando o amor morrer dentro de ti,
Caminha para o alto onde haja espaço,
E com o silêncio outrora pressentido
Molda em duas colunas os teus braços.
Relembra a confusão dos pensamentos,
E neles ateia o fogo adormecido
Que, uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
Espalhou generoso aos quatro ventos.
Aos que passarem dá-lhes o abrigo
E o nocturno calor que se debruça
Sobre as faces brilhantes de soluços.
E se ninguém vier, ergue o sudário
Que mil saudosas lágrimas velaram;
Desfralda na tua alma o inventário
Do templo onde a vida ora de bruços,
A Deus e aos sonhos que gelaram.
in Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa de Eugénio de Andrade1999 Campo das Letras

quarta-feira, outubro 11, 2006

OS DEPUTADOS PORTUGUESES QUE SE CUIDEM!

Parece que os próximos apanhados a deputados vai ser feito em Portugal. Depois do programa da TV Le Iene – «atempadamente» proibido pela Autoridade da Privacidade italiana – em que se divulgava que cerca de 1/3 dos deputados italianos consomem drogas, muitos representantes dos povos por essa Europa fora ficaram de pé atrás com a comunicação social.

Até já se diz nos Passos Perdidos em S. Bento que boa parte dos deputados lusos vão fugir dos jornalistas e evitar entrevistas nos próximos tempos. O que será que têm a esconder? Tão boas pessoas que eles são! Velam por todos nós… e especialmente velam por eles próprios!

TRABALHAR ATÉ AOS 90 … UM ÊXTASE!

O Governo anunciou mais uma medida em relação ao emprego: quem continuar a trabalhar depois dos 65 anos terá uma redução nas suas contribuições ao Estado. Isso incentiva as pessoas a trabalharem até o mais tarde possível. Já imaginaram chegar aos 90 anos e não descontar quase nada para o Estado? O problema é que aí já não faz muita diferença receber mais ou menos dinheiro. A não ser que seja para comprar bengalas novas todos os meses…!

E os nossos governantes (?) que se deixem de hipocrisias: as empresas e os organismos públicos pelam-se por malta nova! Mesmo que não percebam muito da coisa é sempre mais agradável para os olhos dos patrões e dos chefes verem a juventude desfilando nos corredores, nas secretárias, nos bares e nos refeitórios, com roupas arejadas, cabelos abundantes e pircings nos umbigos. Ah, e também saem mais baratos, santo recibo verde ou divino contrato a prazo!!!

TIMOR: 10 ANOS DE PRÉMIO NOBEL DA PAZ … OU DA GUERRA?

Faz hoje 10 anos que Ramos Horta e Ximenes Belo ganharam o Prémio Nobel da Paz. Entretanto, Timor Leste tornou-se um Estado independente mas os problemas internos e a dependência externa não se alteraram. A colónia que os portugueses abandonaram em 1975 e para onde voltaram a partir dos anos 90 (estão para partir mais uma centena e meia de GNRs para Dilí), tem demasiados conflitos étnico/tribais para se poder afirmar como um país uno e soberano.

terça-feira, outubro 10, 2006

COREIA DO NORTE ...

... TESTE NUCLEAR OU MANOBRA DE DIVERSÃO?
Parece que houve uns quantos norte-coreanos que foram à casa-de-banho ao mesmo tempo com dor de barriga e os movimentos a esse acto inerentes deram origem a um ligeiro tremor que os norte-americanos interpretaram como um teste nuclear.

Entretanto, todas as atenções se centralizaram na Coreia do Norte e na pseudo deflagração de bomba atómica enquanto outros países aproveitam o desvio das atenções para continuarem a desenvolver os seus programas nucleares. Excelente manobra estratégica, sim senhor!

Será que ninguém percebeu a manobra de diversão que foi este «teste». Onde estão as radiações? Que motivos tinha a Coreia do Norte para ser ela própria a anunciar e a divulgar aquilo que «fez»? Pois é, parece que há aqui histórias mal contadas… Ou contadas pela metade! Ou será que o mundo precisa de mais um conflito para traficar mais armas e enriquecer mais alguns indivíduos / países?

segunda-feira, outubro 09, 2006

PORTUGUESES ESTÃO MAIS VIOLENTOS - I

Os portugueses estão cada vez mais violentos. E isto nada a tem que ver com as recentes mortes protagonizadas por elementos da GNR ou com sequestros em bancos. Nem é uma violência em que as pessoas se andem a matar na rua – por enquanto! – mas há violência latente nos rostos e nos gestos das pessoas dentro dos automóveis, nas ruas, nos transportes públicos, nas repartições públicas, nas escolas e nas empresas.

Enquanto automobilistas já todos passámos por situações em que somos alvo de todos os impropérios por parte de outros automobilistas, que não toleram que se espere pelo sinal verde para arrancar, que apitam quando paramos no amarelo, que nos olham com um olhar de morte quando nos ultrapassam com a sua «bomba», que praguejam – nota-se pelos gestos e pelas simulações dos lábios – quando paramos à entrada de uma rotunda ou numa passadeira de peões.
Por falar em peões, estes muitas vezes também são violentos: na maneira como se atiram para as passadeiras e quase param no meio das zebras mirando com um olhar de ódio as cabecinhas dos automobilistas ...
( Ver Post completo em Comportamentalidades )

sexta-feira, outubro 06, 2006

SIC 14 ANOS – A FASE DA ADOLESCÊNCIA
Embora nenhum jornal diário faça qualquer referência a isso a verdade é que a SIC faz 14 anos hoje! O primeiro canal de televisão privado em Portugal entra na adolescência ocupando um 2.º lugar no ranking geral das audiências televisivas em Portugal, a seguir à TVI (2.º canal privado a aparecer). As audiências da SIC rondam hoje os 25% de share entre os 4 canais generalistas e os canais de cabo, metade do valor que o canal de Carnaxide tinha em 2000.

Até esse ano a SIC conheceu uma espiral de ascensão: começando a meio gás nas audiências (a RTP era dona e senhora da televisão no princípio dos anos 90), só com os programas Casos de Polícia, de Carlos Narciso, e que projectou Moita Flores para a ribalta, e Chuva de Estrelas, apresentado pela então humilde e talentosa Catarina Furtado, as mudanças em termos audiométricos se começaram a notar.

A informação era outra das pedras de toque da televisão de Pinto Balsemão, na altura ainda com o serviço noticioso da meia-noite, que dava tanto jeito. A estreia em Portugal dos chamados reality-shows (Surprise Show, apanhados, Ponto de Encontro, etc), aliado a programas de música dirigidos ao grande público (Feira da Música, Big Show SIC) catapultaram a SIC para um quase monopólio do prime-time. A RTP andava pelas ruas da amargura com programas que queriam ser (por baixo) uma imitação dos programas da SIC. A TVI – dividida entre os padrões morais da Igreja e uma programação moderna – não conseguia chegar a lado nenhum.

No final do séc. XX a SIC punha e dispunha, horários para quê, contra-programação (sem necessidade!) é que era, muitos programas começavam duas horas depois de anunciados, outros desapareciam do alinhamento, programas eram interrompidos num qualquer frame … Era o tempo em que Jorge Gabriel apresentava os concursos mais exóticos da televisão em Portugal e em que Emídio Rangel geria a seu belo prazer as audiências e as tendências.

Mas as prepotências um dia pagam-se e, Rangel que colocou a SIC nos 50 % de audiência, viu a decadência aflorar quando recusou o Big Brother, que a tímida TVI – então já liberta da Igreja – agarrou! Vieram depois as telenovelas portuguesas (Anjos Selvagens e outras que tais) e finalmente os Morangos e muitos outros reality-shows. A televisão nunca mais foi a mesma em Portugal … até hoje!
Agora as audiências estão quase equitativamente distribuídas entre a TVI, a SIC e a RTP. A contento de todos, pois as tendências não duram sempre e o telespectador também tem cabeça … para pensar!

A REPÚBLICA COME EM PRATOS ...

... E BEBE EM COPOS DA MONARQUIA!
Mais um 5 de Outubro, o designado Dia da Implantação da República. Mais uma ocasião para os republicanos (?) se juntarem num Palácio monárquico (talvez o das Necessidades) para comemorarem com uma almoraçada servida em pratos e copos com símbolos monárquicos, deglutido com talheres do tempo da Monarquia, sentados em cadeirões reais, com toalhas e guardanapos com a bandeira azul e branca!

Só faltarão os fados de João Ferreira Rosa ou de Nuno da Câmara Pereira para completar o cenário: o Embuçado não era El-Rei de Portugal, embuçados andamos todos nós quando nos vendem, não gato por lebre, mas República por Monarquia numa qualquer feira de Carcavelos ou mercado da Moita. Republicanos? Deixem-me rir …

terça-feira, outubro 03, 2006

CORTE DE SOBREIROS E AZINHEIRAS IMPUNE
Dentro de alguns anos a imagem do tradicional montado alentejano poderá ser uma miragem! Num país a saque como Portugal sucedem-se as autorizações governamentais e municipais para abate de sobreiros, azinheiras e outras espécies típicas da paisagem da região mais solarenga de Portugal. Os motivos argumentados são quase sempre os mesmos: interesse público e povoamento disperso e várias áreas sem árvores! Tudo isto com o aval da Circunscrição Florestal do Sul, Direcção Regional de Agricultura e Câmaras de Aljustrel e Santiago do Cacém! Desta vez foram 600 árvores centenárias e saudáveis que foram arrancadas pela raiz. Perfilam-se mais 4 herdades – só no concelho de Aljustrel – a caminho do chamado olival intensivo!

ARROZ DE CABIDELA DE VITOR SOBRAL GANHA TÍTULO MUNDIAL
De amigo de brincadeiras, de colega de estudos e de fazedores de jornais na escola (O Nova Maré, que saudades, hoje faria concorrência a muito bom jornal que para aí se publica) Vítor Sobral tornou-se no chefe de cozinha português por excelência.

E de excelência foi o seu arroz de cabidela no Concurso Mundial de Receitas de Arroz organizado pela Academia Internacional de Gastronomia que decorreu em Espanha. As duas dezenas de países e de receitas apresentadas não puderam concorrer com as galinhas caseiras (criadas pela mãe do Vítor) que serviram para fazer a cabidela.

Depois de chefe de cozinha de restaurantes do Herman José, depois da passagem pelos melhores hotéis e restaurantes em Portugal, depois da consultoria, de programas de televisão, de livros, eis que Vítor Sobral continua no seu melhor, repescando, reinventando e melhorando o melhor da cozinha portuguesa. Parabéns e obrigado, amigo! Continua!